7 formas para manter a qualidade no seu relacionamento




O que é preciso fazer para manter a qualidade no relacionamento?

Os relacionamentos não são fáceis. É necessário ir construindo e conservando a qualidade do relacionamento para que uma relação flua, sendo também preciso muita perseverança e várias cedências de ambas as partes. 

1- Manter interesses comuns – Após a fase da paixão, é frequente as pessoas sentirem que tem poucos interesses em comum. Contudo, é de extrema importância descobrirem algumas actividades que possam desenvolver juntos. Mantendo contudo, as actividades que cada um gosta de fazer individualmente.

2 .  Andar de mãos dadas ou abraçados ajuda a fortalecer os vínculos - Estes tipo de comportamentos são habituais na fase inicial do namoro, mas após algum tempo alguns casais esquecem de os manter. Mas, é fulcral, continuar a proceder da mesma maneira e a tocar afectos sempre que estão juntos.

3.Conversar- Abertamente sobre tudo, especialmente se existir alguma situação que ficou por resolver ou se não aconteceu segundo as vossas expectativas - Ajuda a evitar conflitos posteriores e, a aumentar a confiança.

4.Pedir desculpas e aceitar as falhas - Apreciar as qualidades do seu par em detrimento das falhas. Realçar as qualidades ajuda a lidar melhor com as imperfeições do seu par.

5.Verbalizar palavras de afecto, dar abraços e beijos -  As emoções proporcionadas por um abraço, beijo ou palavras activam na nossa memória e na pessoa que amamos sensações prazerosas.

6.Conversar sobre o vosso dia - Partilhar o que sentimos e conversar sobre os contratempos que acontecem, é uma forma de partilha, que permite superar melhor as dificuldades e fortalece os laços afectivos entre o casal.

7. Ir para a cama ao mesmo tempo e trocar carinhos - A entrega no final de cada dia, é uma maneira de aumentar a cumplicidade e a intimidade com a pessoa com quem partilhamos a vida.


"Alimentar o Amor"

Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Chega-se sempre à primeira frase, ao primeiro número da revista, ao primeiro mês de amor. Cada começo é uma mudança e o coração humano vicia-se em mudar. Vicia-se na novidade do arranque, do início, da inauguração, da primeira linha na página branca, da luz e do barulho das portas a abrir.


Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Por isso respeito cada vez menos estas actividades.

Aprendi que o mais natural é criar e o mais difícil de tudo é continuar. A actividade que eu mais amo e respeito é a actividade de manter.

Em Portugal quase tudo se resume a começos e a encerramentos. Arranca-se com qualquer coisa, de qualquer maneira, com todo o aparato. À mínima comichão aparece uma «iniciativa», que depois não tem prosseguimento ou perseverança e cai no esquecimento. Nem damos pela morte.

É por isso que eu hoje respeito mais os continuadores que os criadores. Criadores não nos faltam. Chefes não nos faltam. Faltam-nos continuadores. Faltam-nos tenentes. Heróis não nos faltam. Faltam-nos guardiões.

É como no amor. A manutenção do amor exige um cuidado maior. Qualquer palerma se apaixona, mas é preciso paciência para fazer perdurar uma paixão. O esforço de fazer continuar no tempo coisas que se julgam boas — sejam amores ou tradições, monumentos ou amizades — é o que distingue os seres humanos. O nascimento e a morte não têm valor — são os fados da animalidade. Procriar é bestial. O que é lindo é educar.

Estou um pouco farto de revolucionários. Sei do que falo porque eu próprio sou revolucionário. Como toda a gente. Mudo quando posso e, apesar dos meus princípios, não suporto a autoridade.

É tão fácil ser rebelde. Pica tão bem ser irreverente. Criar é tão giro. As pessoas adoram um gozão, um malcriado, um aventureiro. É o que eu sou. Estas crónicas provam-no. Mas queria que mostrassem também que não é isso que eu prezo e que não é só isso que eu sou.

Se eu fosse forte, seria um verdadeiro conservador. Mudar é um instinto animal. Conservar, porque vai contra a natureza, é que é humano. Gosto mais de quem desenterra do que de quem planta. Gosto mais do arqueólogo do que do arquitecto. Gosto de académicos, de coleccionadores, de bibliotecários, de antologistas, de jardineiros.

Percebo hoje a razão por que Auden disse que qualquer casamento duradoiro é mais apaixonante do que a mais acesa das paixões. Guardar é um trabalho custoso. As coisas têm uma tendência horrível para morrer. Salvá-las desse destino é a coisa mais bonita que se pode fazer. Haverá verbo mais bonito do que «salvaguardar»? É fácil uma pessoa bater com a porta, zangar-se e ir embora. O que é difícil é ficar. Isto ensinou-me o amor da minha vida, rapariga de esquerda, a mim, rapaz conservador. É por esta e por outras que eu lhe dedico este livro, que escrevi à sombra dela.

Preservar é defender a alma do ataque da matéria e da animalidade. Deixadas sozinhas, as coisas amarelecem, apodrecem e morrem. Não há nada mais fácil do que esquecer o que já não existe. Começar do zero, ao contrário do que sempre pretenderam todos os revolucionários do mundo, é gratuito. Faz com que não seja preciso estudar, aprender, respeitar, absorver, continuar. Criar é fácil. As obras de arte criam-se como as galinhas. O difícil é continuar.


Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'


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